Neste terceiro bimestre, a proposta dada pela professora Rosemeri Rocha, foi a de relacionar o meu processo de pesquisa, no qual a idéia determinante está em relacionar a fotografia com a dança, com o de uma colega. Este trabalho com o qual pude traçar paralelo, é baseado nos sensores humanos e na percepção dos estímulos físicos do ambiente.
Tanto a minha pesquisa, quanto a pesquisa da minha colega, Franciele Pasturczak, tratam de estímulos visual e sonoro, respectivamente. Ambos abordam linguagens específicas, possibilitando compreensões flexíveis, suportando diversos significados. Mantendo a analogia do bimestre anterior, em que citei uma frase de Dubois que dizia: “O olho jamais vê aquilo que está fotografando. Ou ainda: fotografar é não ver”, decidimos continuar trabalhando com a questão da comunicação e a (in)certeza do corpo comunicante. Mantivemos algumas palavras-chave, que nortearam o trabalho durante o processo prático.
A estratégia foi dividir a pesquisa de movimentos em três momentos. Inicialmente, sustentamos a pesquisa individual de cada uma. Num segundo momento trabalhamos com o suposto rompimento, a comunicação de uma pausa e, logo em seguida, com o que chamamos de “fator surpresa”, o qual se resume a focar em alguma informação contida no espaço e mover-se comunicando aquilo que viu e/ou sentiu, podendo ser através de sensações obtidas ou abstração de movimentos. Resolvemos lidar com a manipulação (uma das palavras-chave) e a construção de cena, questão muito trabalhada na fotografia, desta maneira, tratando-se do último momento da partitura da pesquisa coreográfica.
As relações estabelecidas entre as duas pesquisas exprimem-se na construção de uma cena, apropriação do espaço, e manipulação do corpo e do movimento através de estímulos sonoros e visuais. Sem falar na analogia que podemos criar entre manipulação do corpo e do movimento, com a manipulação no âmbito fotográfico, onde não há limites para as possibilidades de criação.
Foi optado por um local, no qual tivesse um número reduzido de informações, para que nós fossemos o foco dos espectadores, os quais foram estrategicamente posicionados, levando-se em conta as possibilidades de uma cena bidimensional que a fotografia pode nos proporcionar, conteúdos vistos somente de um ângulo de visão (parte da cena). Pensamos em “enquadrar” nosso trabalho prático em um suposto ângulo de visão. Utilizamos maior valorização na relação dos conteúdos na construção da imagem, guiadas tanto pela visão quanto pela audição.
Amábile Gabriele Bortolanza
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