domingo, 3 de outubro de 2010

Lato & Stricto


“Lato & Stricto” diz respeito ao terceiro trabalho proposto pela professora Rosemeri Rocha na disciplina de Composição Coreográfica I do curso de Dança da Faculdade de Artes do Paraná.


Aos eventuais leitores, atualizo que tal trabalho se trata da continuidade da proposição “Pegadas de uma Coluna Vertebral” [1] e “Gênese” [2], respectivamente, apresentadas na mesma disciplina ao término do primeiro e segundo bimestre deste ano.


O processo nesse terceiro momento teve como ponto de partida a construção de uma composição em duplas, assim como, a utilização de um espaço alternativo. Por afinidade de sentido dessa composição, decidimos Hadiji e eu, fundir nossas pesquisas.


Em seguida, nos foi sugerido que procurássemos vídeos-dança que utilizassem a potência dos espaços como elemento fundamental para o trabalho, ou então, que tais vídeos dialogassem de alguma forma com nossa pesquisa. Nas buscas virtuais, apesar de não ter encontrado um trabalho específico que estivesse em convergência com “Lato & Stricto”, foi possível perceber como as propostas de dança em espaços alternativos transpõem a utilização desses espaços como cenários, e os tornam parte ativa e efetiva na construção da cena.


O passo seguinte foi a leitura dos materiais de pesquisa da minha parceira de trabalho. A partir dessa aproximação pudemos encontrar os aspectos de divergência e convergência dos assuntos. Na composição da Hadiji, a ambição do protagonista do conto de Tolstói – “De quanta terra precisa um homem?”, objetivada na busca insana pela propriedade da terra e de mais terra, dialogava inversamente com a avidez da busca de encontrar a essência do que compõe o ser humano, tratado na minha pesquisa. A convergência dos trabalhos, portanto, se dava exatamente na esfera paradoxal do micro e do macro que ambas as composições travavam na busca pelo SER.


Noutro momento, definimos a utilização de um espaço bem amplo, marcado por círculos/fases que nos permitisse transitar. O foco, desse modo, está na exploração espacial; um espaço externo indissociável do espaço interno, em constante relação com o outro.


Finalmente, trouxemos para a partitura elementos cênicos que expressassem nossas histórias particulares em busca desse macro e micro que compõem nossas histórias.


O resultado desse processo foi uma partitura de movimentos pautada na exploração do espaço (interno/externo) que se materializa na influência direta do canto dos pássaros.

SYLVIANE GUILHERME

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