
Neste bimestre tivemos que criar uma partitura corporal, ou um trecho coreográfico, partindo de alguns pontos escolhidos da pesquisa anterior e especificando estratégias de criação.
O único ponto escolhido do trabalho passado foi optar por uma das principais características da dança clássica japonesa Kabuki, ou seja, dar a ênfase na movimentação das mãos. E as outras estratégias que especifiquei foram: 1) selecionei um conto (“De quanto de terra um homem precisa?”) de Leon Tolstoi, onde o personagem principal desta obra (Pahón) será interpretado na minha pesquisa, e também para servir como primeiro um estímulo para a minha criação de movimento; 2) como um auxilio a minha pesquisa assisti a alguns vídeos de dança de coreógrafos como a Pina Bauch (“Sagração da primavera”) e Philippe Decouflé (“Le Petit bal perdu” e “Abracadabra”); 3) nas improvisações/investigações que realizei me baseei nos conceitos do Teatro Físico na construção do personagem; e 4) a partir da improvisação, ou seja, do levantamento de material fiz uma seleção desse material, e depois realizai uma ordenação (composição de uma partitura) do mesmo (HÉCOLES, 2004).
Teatro Físico
É difícil defini-lo, pois não é um termo claro, onde ao mesmo tempo, pode ser alvo de muitas diferentes interpretações.
Mas a explicação mais comum é de um trabalho que o corpo/ fisicalidade e os movimentos do artista são predominantes em cena, ou seja, onde a visualização dos gestos/ movimentação é um elemento primordial:
O Teatro Físico quer enfatizar a materialidade do evento; physical poderia ser traduzido como “conectado ou relativo ao corpo”, correspondendo àquilo que pode ser sentido ou visto e que não existe numa dimensão espiritual ou mental. [...] uma ação sobre a fisicalidade, gerando uma certa disposição do corpo, em função de uma teatralidade específica (ROMANO, 2005, p.16).
No entanto, ele não se limita apenas isso. Segundo a Eliane Rodrigues Silva e Rosimeri Rocha:
[...] no Teatro Físico constrói-se numa experimentação de longo prazo extremamente laboriosa, reunindo séries de informações que se entrecruzam a partir de lembranças, observações, exercícios dramáticos, exercícios físicos, leituras e tudo aquilo que pode agregar-se na elaboração do personagem e da cena (Rocha; Silva, 2009, p. 39)
Ou seja, me ‘utilizarei do Teatro Físico’ da seguinte maneira: vou estar focada não apenas na construção de uma partitura de movimento, mas também na construção do personagem Pahón (existente no conto de Leon Tolstoi), como foi citado acima, me utilizando de todos os recursos possíveis (lembranças, observações, exercícios físicos, leituras. etc.) para essa consecução.
*Foto: "Moldura natural...", autor: José Branco. http://br.olhares.com/moldura_natural_foto3663987.html
HADIJI Y. NAGAO
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