O corpo humano é formado por cabeça, tronco e membros (superiores e inferiores). Cada parte compreende um emaranhado de relações musculares, articulares, líquidas, etc. Estar em sintonia com esse todo é sumamente conhecido pelo ser humano - harmonia entre as parte, liberação e equilíbrio de energia para compor o movimento desejado.
Mas e se levarmos a atenção apenas para uma dessas partes, focando apenas a parte superior ou inferior, ou melhor, e se dois corpos fossem capazes de formar um único a partir de relações com o meio e com o outro, o que acontece?
Partindo desta premissa criamos a síntese artística apresentada nesse ensaio. A união da arte eternizada em fotografias em ambientes externos da cidade de Curitiba (focada nas escadarias locais) com a performance dançada.
A escolha da fotografia se deu pela necessidade de criar um ambiente plástico onde mostrasse as partes isoladas de cada corpo (meu tronco e as pernas da Tândara, foco dos trabalhos já apresentados). A união disso forma um TODO/corpo.
A intenção foi focar imagens simples, quase possíveis, em ambientes urbanos e perceber qual a reação das pessoas envolvidas. Estranheza, curiosidade, constrangimento, foram algumas das reações percebidas - algumas pessoas foram envolvidas para fazer parte da obra, sendo direcionadas a tirar algumas fotografias da imagem em questão.
A cor vermelha foi usada como referência ruidosa à fotografia em preto e branco que exporíamos, simbolizando o ruído/estranheza que causamos em cada interferência nas rua.
A experiência urbana nos coloca, enquanto artistas, num lugar de reflexão sobre como a arte contemporânea é compreendida pelo público notoriamente massificado pela mídia e nos faz pensar a importância em continuarmos tentando transformar valores e padrões já incutidos na sociedade como um todo através das intervenções artísticas no ambiente urbano.
Israel Becker
Bailarino e graduando pela Faculdade de Artes do Paraná
Bailarino e graduando pela Faculdade de Artes do Paraná
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