domingo, 3 de outubro de 2010

FOCO


Na pesquisa realizada no bimestre passado, o mote era evidenciar e estimular o órgão sensorial auditivo, percebendo os estímulos sonoros naturais do ambiente (sem música) e partindo dele todo o movimento da cabeça e consequentemente do corpo. Para previlegiar a audição, a estratégia adotada era tentar minimizar ao maximo os outros sensores, fechando os olhos e “descartando” o tato, o olfato e o paladar.

Levando-se em conta todos estes fatores, a movimentação estava intimamemte ligada com a sonoridade do ambiente e a sua percepção. Na pesquisa, o movimento começava a se deliniar a partir do limiar de sensibilidade, ou seja, era necessário que o som fosse suficientemente percebido para que houvesse movimento.

Resumidamente, a estética do experimento concentrava-se na tradução quase que literal dos estímulos sonoros em um determinado ambiente, na tentaviva de anular os outros estímulos.

A presente pesquisa trata da junção do trabalho acima menciondado com a pesquisa de Amabile Bortolanza onde ambos se complementam, pois de certa maneira, abordam os estímulos sonoros dos órgãos sensoriais - audição e visão.

Para um breve resumo, a pesquisa de Amabile Bortolanza trata da fotografia como mote do movimento corporal, comunicação e dança. Relaciona a fotografia com a dança e o que têm em comum dentro dessas duas áreas resultantes em um processo de comunicação.

Para interseccionar e inter-relacionar as pesquisas, usamos como estratégia a busca de palavras chaves e elementos fundamentais das pesquisas individuais - não abandonando os estímulos sonoros da visão e da audição já experimentados. A utilização do tempo (pausa), escolhas, cotidiano, rompimento, foco, manipulação e enquadramento foram fundamentais para ambas experiências e permeavam a todo momento esta nova experimentação (junção dos experimentos anteriores). Nesta etapa, pode-se ver nitidamente 3 momentos bem delimitados. No primeiro momento optamos por continuar nossas pesquisas anteriores de forma aprimorada e individual, porém nos relacionamos o tempo todo. Toda a minha movimentação acontece de olhos fechados e os estímulos sonoros são trabalhados a partir dos movimentos da Amabile e do que acontece no ambiente, todos geradores de sons. O Segundo momento é delimitado por um rompimento e posteriormente uma pausa, onde escolhemos um ângulo do ambiente para focar e enquadrar. Os movimentos agora são influênciados pelas impressões que o enquadramento nos causa, permeando a temporalidade e o cotidiano. Por fim, no terciero momento as impressões causadas são seguidas de uma manipulação de movimento para construirmos uma cena – imagem congelada, foco, fotografia.

Na integração das experiências, pudemos observar que todos estes momentos fazem parte do processo da fotografia, a temporalidade, os estímulos que me levam a tirar determinada foto, o enquadramento, o rompimento do cotidiano para posteriormente obter uma imagem estática riquissima em detalhes e signos.


Franciele Pasturczak

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