domingo, 3 de outubro de 2010

O PERCURSO - sonhar e percorrer



Chegamos ao terceiro bimestre com a proposta de termos um momento de desenvolvimento em dupla. Assim, tivemos que compartilhar reciprocamente nossa pesquisa com a de um colega. No meu caso, estive ao lado da minha amiga Bruna Zehnpfenning, e em primeira instância, parecia-nos difícil achar pontos incomuns a se discutir a cerca de nossos trabalhos. No entanto, encontramos a relação do “caminho”.

Partimos de colocar bem claro para nós mesmas o que significava dentro do trabalho de cada uma, o chamado caminho. Para Bruna, o caminho tinha um significado mais abstrato, a ver com experienciar o caminho de forma perceptiva, de forma mais internalizada, e casual, também a questão cíclica revelando uma ideia de ciclo referente a vida. Para mim, o caminho tinha uma imagem extremamente concreta, objetiva, a ver com observar e planejar o caminho diante do espaço possível, desta forma, onde a percepção do espaço é algo muito visual e sua relação tátil existe para auxiliar o percurso do caminho que se planejou premeditadamente a percorrer.

Combinamos traçar relações pessoais com essas possibilidades que ambos os trabalhos traziam em seus caminhos. Entendemos que podíamos enriquecer-nos se nos relacionássemos com a maneira diversa da outra em interpretar diferente o “caminho”. E assim fizemos. Pensamos no resultado de nossas pesquisas sendo apresentadas ao mesmo tempo para mostrar justamente a contaminação e a relação particular de cada frente a esta problemática.

No que coube a mim, relacionei-me com o subjetivismo. Meu “eu-gato” passa então por transições: o gato que percorre o trajeto que se propõe, o gato que entra em contato com outras informações, e o gato que volta a calma. Onde ele sempre volta, e sempre vai dormir.

O gato que volta a calma é o gato já relacionado ao subjetivismo. O subjetivismo está para a experienciação muito mais internalizada, no entanto, sem deixar de estar em estado de alerta. Ele sente o vento, toca sem ansiedade o que está a volta, não tem pressa em chegar. E quando chega, acomoda seu corpo com peso bem distribuído, e sonha, tem palpitações, sonhos curtos, onde sua mente ainda permanece em alerta com o exterior. Desta forma, o trabalho de Bruna não modifica o meu trabalho, ele em verdade acrescenta uma nova perspectiva da relação que pesquiso entre o gato e sua relação com o ambiente, é justamente, o gato com ele mesmo e no ambiente. A relação do círculo não está só para com uma visão abstrata e subjetivista, mas está para a própria rotina cotidiana deste, está para as projeções dos movimentos articulares deste. O gato é circular, e sua rotina, cíclica. O que será que ele sonha?


Caroline Natalie Stroparo

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