domingo, 3 de outubro de 2010

O sem nome

" Custa-me crer que eu morra. Pois estou borbulhante numa frescura frígida. Minha vida vai ser longuíssima porque cada instante é. A impressão é que estou por nascer e não consigo. Sou um coração batendo no mundo. Você que me lê que me ajude a nascer."

Com esse trecho de Clarice Lispector é que dou inicio ao meu processo de criação em dupla. Do tema que eu havia trabalhado no bimestre passado tentei delimitar em algo que depois, nas conversas com a colega de equipe, ficou sendo bem abrangente, mas nós conseguimos encontrar um caminho por ali. Fechei em GESTO, gestos cotidianos de expressão durante a fala. São aqueles movimentos que fazemos, principalmente com os membros superiores, mas que envolvem desde a articulação coxofemural, até a expressão facial em relação ao desbravamento da palavra, num contexto lógico e significante.
Para poder uniri meu tema com o da Juliana ( minha dupla), procuramos algo que se aproximasse em relação a tipode movimentação e comunicação. Como o trabalho dela fora sobre deficiências físicas, encontramos afinidade na linguagem de LIBRAS ( tipo de comunicação utilizada por pessas com deficiencia auditiva). Assim, para nortear nosso pesquisa, criamos um texto em que pudesse ser trabalhado ao mesmo tempo o gestual na espontaneidade e o gestual significativo de Libras. Através da repetição vimos o que e em que podia ir se transformando os gestos. Sempre em ordem lógica de significância, mas com intenções diferentes, até porque a origem de tais movimentos têm como forma de impulso desgargas físicas e emocionais diferentes( gestual espontâneo da fala e libras). Esse gestos tambem foram experenciados em diversos locais e notamos que dependendo do ambiente os mesmo gestos sofriam alterações algumas vezes bem nítidas e outras vezes de carater corporal interno de cada intérprete. Por este fato, a movimentação que fora marcada ( coreografia), vai sendo improvisada e assimilada de acordo com os estímulos do momento.

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LISPECTOR, Clarice. Água Viva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.

Malki Sanae Pinsag

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