domingo, 3 de outubro de 2010

DUAS PARTES, UM CORPO


Como requisito de nota do 3º bimestre da disciplina de Composição Coreográfica, nos foi sugerido que formássemos duplas e que fosse unido com os trabalhos anteriores de cada um para então dar uma nova forma ao trabalho ou então complementar um ao outro e ainda deveria ser apresentado em um lugar alternativo.



Desta forma foi feito.



A dupla é formada pelo Israel e eu, ele trabalhou no bimestre anterior com a não mobilidade das pernas, movendo assim apenas o tronco e os membros superiores. Eu trabalhei com a mobilidade apenas das pernas, não pensando em utilizar os membros superiores nem o tronco.



Unimos os nossos trabalhos, o que foi um incrível complemento, as partes tornaram-se um todo, formou-se um corpo.



Nossa composição tem o intuito da complementação, engendração, fazemos gracejos com os nossos corpos, que se tornou uno, passamos por poses sem parar em foto. Transitamos até chegar à escada, local que achamos conveniente para executar a composição coreográfica.



E falando em foto, utilizamos de fotografias das nossas partes para criar a ambientação do nosso trabalho e também para firmar a idéia que já vinha anteriormente dos nossos trabalhos individuais (pernas -minhas- e tronco com membros superiores -Israel), sem contar que a fotografia solidifica um momento, captura um instante colocando-o em evidência e conservando-o, trazendo consigo um lugar e um tempo, tentando conseguir dividir com os olhos de quem a observa, a sensação experimentada/experienciada no momento de sua captura, porém, o observador vai gerar um significado singular, alterando-a, distinguindo entre a verdade e a aparência.



A fotografia embora pareça silenciosa, é algo que provoca e conduz a uma infinidade de discursos em torno dela, e provocar acaba-se tornando um dos pontos do nosso trabalho, seja a própria fotografia, seja pela música ou o modo que nos movemos, pois a provocação e a estranhesa esteve em muitos momentos da criação do nosso trabalho (nos disseram até em "constrangimento" por parte de quem via nossas poses, o que a nosso ver não tinha nada de errado, mas a provocação aconteceu irracionalmente).



Quanto a escolha da escada para a execução do trabalho, é pura e simplesmente a seleção do lugar alternativo, achamos propício, um lugar interessante à realização, vimos alguns trabalhos artísticos também feitos em escadarias, suponhamos que então caberia fazer o nosso.



Enfim, nosso trabalho circunda estas idéias, pensamento, e está em cada observador tirar suas conclusões: ser studium ou ser punctum, isso não importará.





TÂNDARA TRENTIN,

graduanda do 3º Ano do curso de Dança da Faculdade de Artes do Paraná.

Um comentário:

  1. Olá, senhorita!
    Realmente fabuloso (sem rasgar seda, rsrs)!
    Foto e texto excelentes! Parabéns! Pra você e seu parceiro no trabalho.

    Dudão

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