segunda-feira, 5 de julho de 2010

ESTAR EM...



A partir deste documento de processo, como chama Cecilia Salles,venho registrar o processo de pesquisa em Composição Coreográfica I, disciplina do curso de Dança da Faculdade de Artes do Paraná sob orientação da professora Rose Rocha.
Este trabalho tem relação direta com o que foi proposto no primeiro bimestre, porém o aprofundamento veio do que ficou mais forte da primeira experiência. Continuei com a relação do corpomídia, isto é, um corpo intrinsecamente ligado com o espaço que está inserido. Utilizando alguns toques da própria proponente, resolvi levar para a mostra do processo em aula o que já vinha acontecendo em outros ambientes. O que houve foi surpreendente, pois meu corpo agiu de forma “inesperada” e “desconhecida” em alguns momentos. A estratégia foi a seguinte, num primeiro momento eu me movimentaria a partir do que meu corpo já tinha como familiar (lembrando a questão de raízes), passado esse momento as pessoas que estavam em volta podiam interferir com problematizações que seria exteriorizada de forma verbal, porem caberia somente a mim me mover a partir de tal problema, isso é, a escolha de como me relacionaria com tal informação partiria da minha seleção. Gostaria de deixar claro que, por mais que não me movimentasse a partir de algum problema proposto o mesmo interferia no corpo, já que venho expondo a relação corpo/ambiente.
Após ler o texto “O processo de criação em dança como processo de comunicação” de Cleide Martins percebi que parte do trabalho trás grande relação com improvisação. A autora do texto diz que toda improvisação necessita de uma dosagem de liberdade e de uma dosagem de determinação. Cleide cita determinação como condições anatomofisiológicas, gramáticas já existentes no corpo, estilo pessoal e hábitos. O que me faz lembrar as raízes citadas no primeiro bimestre, raízes essas que limitam e ao mesmo tempo possibilitam novos movimentos. Porém um corpo que dança, e não somente, está inserido no tempo real, e com isso aparecem incertezas, dificuldades, dúvidas que proporcionam um lugar onde não esteja tudo determinado.
Termino então reconhecendo que a improvisação neste processo aparece como forma de estar em relação com o espaço, forma de atualização e acordo com o ambiente.

Mariana Alves

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