"Ser deficiente não é não ter uma perna. Não é viver numa cadeira de roda, não é andar devagar, nem é falar enrolado. Esses seres, embora poucos percebam, são seres por demais especiais, feitos por Deus segundo os códigos sublimes , basta olhemos para dentro dessas criaturas e, sem qualquer sacrifício, descobriremos se tratar de almas muito grandes, que parecem conhecer vida melhor, já que vêem de ângulos inusitados para a maioria.
Mas- oh ironia- é grande o número de pessoas que se dizem “normais” e insistem em olhar para eles com uma lamentável e ferina pontinha de incompreensão, vestida de piedade, pena ou preconceito, como a dizer que em si reina o sentido e superioridade.
Como pessoas com limitações físicas, sem qualquer eiva de mágoa gostaria muito de saber onde elas se sentem superiores. Será que decorre apenas do fato de poderem andar mais rápido, de “saírem mais”, de poderem fazer mais coisas sozinhas? Tornará isso alguém superior a outrem?
Não posso e nem quero aceitar que essas pessoas sintam-se superiores, pois só delas pensar dessa forma já é um grande defeito, capaz de romper o dique dessa vã superioridade. Ás vezes temos pessoas a nossa volta que acham que somos incapazes, e coitadinhos e, mesmo sem assim pretenderem, terminam nos prejudicam. Suas atitudes protecionistas, ainda que movidas por amor, findam por nos atrapalham o desenvolvimento já que nos privam de coisa que inevitavelmente teríamos possibilidade e condições de realizar, realizando-nos.
Se essas pessoas nos privarem da vida, isolando-nos da atitudes de preconceito, do mundo em geral, como irá ser quando precisarmos enfrentar o mundo real, as pessoas como são, a vida em suas várias facetas?
Existem também pessoas que simplesmente não acreditam em nós, achando que nunca ninguém irá gostar de nós de verdade. Acham que todas pessoas que se aproximam de nós ou querem aproveitar de nós ou trazem maldades no coração. E todo nós sabemos que não é assim. Existem pessoas que gostam de verdade da gente, pessoas que não ficam olhando nossos “defeitos” de soslaio ou com falsas piedade, são pessoas que quando conversam conosco, vendo-nos nos olhos, dizendo, por gestos e palavras, que estão ali por prazer, não só para nos agradar... Mas, infelizmente, são poucas essas pessoas. Por isso que elas são tão valiosas e valem muito.
Minha grande dificuldade é lidar com a necessidade de algumas pessoas que vivem buscando o perfeito físico, anatômico, da aparência apenas, deixando no esquecimento ou no arrebol dos escaninhos da alma a essência verdadeira das criaturas, inclusive si mesmo. Toda a perfeição a ser buscada deve ser a do coração, pois quanto ao resto a gente vai superando com o tempo. O importante não é o corpo, e sim a alma!!!
E antes de ter este corpo que eu amo, eu sou a alma que o habita. Será isso visível um dia?"
Eliza Desidério César Bento
Identifiquei uma parte de minha pesquisa nesse texto de Eliza Desidério que se questionava sobre o que é realmente ser deficiente, seja qual for o tipo de deficiência. Minha pesquisa é também uma critica e se faz em cima de como realmente se sente um portador de deficiência diante dessa sociedade que tanto julga por aparências externas,vaidade, beleza e corpos perfeitos.
Minha pesquisa pode ser muito ampla e tomar vários caminhos, através dela posso seguir e levantar inúmeras questões, mas antes de tomar o caminho final quero conviver com essas pessoas e aprender a perceber o meu corpo da mesma forma que elas percebem seus próprios corpos, a forma como se colocam e se enxergam diante do mundo, o que representa a vaidade para elas, a forma como se portam e levam suas vidas tentando chegar o mais perto possível do "normal". Quero mergulhar num mundo novo e desconhecido através de quem realmente vive nele e assim poder ampliar meus conhecimentos não só corporais, mas sim humanitários e passar a entender essas pessoas a fundo, repeita-lás como merecem e de alguma forma colaborar para a inclusão definitiva delas numa sociedade preconceituosa, "cega e muda" diante dos fatos.
* JULIANA GOMES DIAS *
Mas- oh ironia- é grande o número de pessoas que se dizem “normais” e insistem em olhar para eles com uma lamentável e ferina pontinha de incompreensão, vestida de piedade, pena ou preconceito, como a dizer que em si reina o sentido e superioridade.
Como pessoas com limitações físicas, sem qualquer eiva de mágoa gostaria muito de saber onde elas se sentem superiores. Será que decorre apenas do fato de poderem andar mais rápido, de “saírem mais”, de poderem fazer mais coisas sozinhas? Tornará isso alguém superior a outrem?
Não posso e nem quero aceitar que essas pessoas sintam-se superiores, pois só delas pensar dessa forma já é um grande defeito, capaz de romper o dique dessa vã superioridade. Ás vezes temos pessoas a nossa volta que acham que somos incapazes, e coitadinhos e, mesmo sem assim pretenderem, terminam nos prejudicam. Suas atitudes protecionistas, ainda que movidas por amor, findam por nos atrapalham o desenvolvimento já que nos privam de coisa que inevitavelmente teríamos possibilidade e condições de realizar, realizando-nos.
Se essas pessoas nos privarem da vida, isolando-nos da atitudes de preconceito, do mundo em geral, como irá ser quando precisarmos enfrentar o mundo real, as pessoas como são, a vida em suas várias facetas?
Existem também pessoas que simplesmente não acreditam em nós, achando que nunca ninguém irá gostar de nós de verdade. Acham que todas pessoas que se aproximam de nós ou querem aproveitar de nós ou trazem maldades no coração. E todo nós sabemos que não é assim. Existem pessoas que gostam de verdade da gente, pessoas que não ficam olhando nossos “defeitos” de soslaio ou com falsas piedade, são pessoas que quando conversam conosco, vendo-nos nos olhos, dizendo, por gestos e palavras, que estão ali por prazer, não só para nos agradar... Mas, infelizmente, são poucas essas pessoas. Por isso que elas são tão valiosas e valem muito.
Minha grande dificuldade é lidar com a necessidade de algumas pessoas que vivem buscando o perfeito físico, anatômico, da aparência apenas, deixando no esquecimento ou no arrebol dos escaninhos da alma a essência verdadeira das criaturas, inclusive si mesmo. Toda a perfeição a ser buscada deve ser a do coração, pois quanto ao resto a gente vai superando com o tempo. O importante não é o corpo, e sim a alma!!!
E antes de ter este corpo que eu amo, eu sou a alma que o habita. Será isso visível um dia?"
Eliza Desidério César Bento
Identifiquei uma parte de minha pesquisa nesse texto de Eliza Desidério que se questionava sobre o que é realmente ser deficiente, seja qual for o tipo de deficiência. Minha pesquisa é também uma critica e se faz em cima de como realmente se sente um portador de deficiência diante dessa sociedade que tanto julga por aparências externas,vaidade, beleza e corpos perfeitos.
Minha pesquisa pode ser muito ampla e tomar vários caminhos, através dela posso seguir e levantar inúmeras questões, mas antes de tomar o caminho final quero conviver com essas pessoas e aprender a perceber o meu corpo da mesma forma que elas percebem seus próprios corpos, a forma como se colocam e se enxergam diante do mundo, o que representa a vaidade para elas, a forma como se portam e levam suas vidas tentando chegar o mais perto possível do "normal". Quero mergulhar num mundo novo e desconhecido através de quem realmente vive nele e assim poder ampliar meus conhecimentos não só corporais, mas sim humanitários e passar a entender essas pessoas a fundo, repeita-lás como merecem e de alguma forma colaborar para a inclusão definitiva delas numa sociedade preconceituosa, "cega e muda" diante dos fatos.
* JULIANA GOMES DIAS *
O texto é divino e muito verdadeiro! Parabéns pela pesquisa, tem tudo para ser um verdadeiro sucesso além de abrir os olhos das pessoas para as realidades do mundo!
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