Que corpo é esse que dança agora? Que dança é essa que meu corpo produz? Um corpo provido de muitas técnicas, muitas vivências e muita informação, porém sem uma real identidade. Uma busca por algo novo, diferente de tudo que já foi vivenciado, algo verdadeiro, que faça sentido para esse corpo. Mas o que fazer para reconfigurar um corpo, reconstruir uma dinâmica, intensificar o que já se faz?
Minha pesquisa e meus questionamentos partem de uma reflexão, onde desejo redescobrir formas de me mover, sem negar o que já está no corpo, apenas fazer escolhas, descobrir caminhos e formas diferentes, chegando a um lugar onde a expressão e a intensão do movimento é o que importa.
No texto de Gabriela Perez, "Os padrões de movimento do treinamento do ator", diz que nós, humanos, nascemos com características únicas e irrepetíveis de personalidade, constituição física e etc, e conforme vamos crescendo e adquirindo desenvolvimento motor, e tendo um comportamento social, desenvolvemos também formas próprias de movimentos, e pensamentos, único de cada ser humano. Esses são os nossos padrões de movimento. Na dança não é diferente, quando conhecemos uma determinada forma de mover, vamos incorporando suas características, seus conceitos e sua história, sendo assim, ao longo do tempo adquirimos padrões ligados a esse determinado tipo de estrutura. A repadronização, como Cohen nomeia, não é tão simples assim. Para que ela ocorra, não somente a movimentação deve se modificar, junto com ela vem o pensamento, como diz Gabriela Perez: "Ao mover-se o sujeito move sua história, impulsiva, relacional, subjetiva".
Para alcançar esse novo jeito de mover, estou usando como metodologia a repetição de uma determinada sequência em várias situações. Me utilizo de restrições como, determinar fluxo, tempo, alternar o espaço onde ela ocorre, para que a partir daí, possa analisar os acontecimentos no meu corpo. Também utilizo a improvisação, em diferentes músicas e lugares, também colocando restrições, percebendo o que ocorre com o meu padrão, qual movimentação mais acontece no meu corpo e assim, estudar outras maneiras de me mover. É muito importante as duas metodologias porque uma complementa a outra e me ajuda a perceber quais caminhos devo tomar.
Referencias Bibliográficas:
OS PADRÕES DE MOVIMENTO NO TREINAMENTO DO ATOR: ANÁLISE CRÍTICA DESCRITIVA DA PADRONIZAÇÃO DO MOVIMENTO E SUA INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO CINESTÉSICO EXPRESSIVO DO ATOR. Gabriela Perez Cubas
A REPADRONIZAÇÃO: VOLTANDO ÀS RAÍZES PARA PODER ATUAR. Gabriela Perez Cubas
Alana Muniz de Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário