terça-feira, 20 de setembro de 2011

(RE) organizando idéias.


As novas tecnologias da informação que se tem hoje permitem outra construção de percepção, uma espécie de reconfiguração dos padrões estéticos e filosóficos da arte e conseqüentemente interessa-se cada vez mais a modificação da dança quanto a sua relação com as novas mídias comunicacionais e tecnológicas da informação. Em um momento onde tudo se tem pressa é nítida a necessidade da criação de novas possibilidades de aproximação da arte com o mundo. Neste artigo onde a dança será evidenciada, descobriremos essas novas possibilidades de aproximação através de outros meios de comunicação que não se restringem aos palcos. Dentre conceitos sobre o significado da palavra comunicação, Armand Mattelart (1997:7) explica que esse termo apareceu pela primeira vez em 1753 em um artigo escrito por Denis Diderot. Desde o início de seu ‘surgimento’ a comunicação estava sintonizada com outras línguas diferentes das ciências e das artes, ela se relacionava com a literatura, a física, a teologia, as ciências da fortificação, procedimentos penais e a administração de vias de comunicação de uma determinada cidade. Dessa ligação entre a comunicação através da dança com o mundo pode surgir bons aguamentos sobre aquilo que realmente é a dança, vendo que para seu entendimento é necessário se atribuir de estudos variados sobre o corpo. Este corpo, que dança, sempre foi objeto de curiosidade tendo motivado cada área do conhecimento humano a apresentar uma diversidade de definições e conceitos. Através desses conhecimentos entende-se que dançar é um modo de recriar, evoluir e descobrir novas habilidades corporais dentro de um contexto artístico. Quando passamos a estudar o corpo e suas múltiplas maneiras de se comunicar através da dança, é como se, a partir desses diferentes estados (ambientes, tempo, espaço, técnica) se potencializam imagens que mudam e se reorganizam constantemente. Torna-se indispensável pensarmos nesse corpo com a complexidade de seu signo e suas diversas dimensões que podem ser exploradas, nesta perspectiva, cada vez mais surge a necessidade de outros meios de comunicar para que se possa ter acesso ao ‘intocável’ que até então se restringia aos palcos. O que é possível notar é que a linguagem corporal vai sendo construída e ao mesmo tempo possibilitando que se abram novos caminhos de organização no ambiente ao seu redor, na medida em que se aproxima do mundo, o corpo se materializa e ganha forma, espaços e principalmente outro olhar na construção do movimento. A comunicação do corpo ao dançar, configura uma ação que implica em seu próprio pensamento onde esta possibilita a ocorrência de transformações e mudanças de conduta desse corpo que dança sendo que, recentemente, corpo e matéria parecem retornar com vigor nas especulações das ciências humanas. O que esta fora passa a poder estar dentro porque as noções de dentro e fora deixam de designar espaços não conectados para identificar as diversas situações de localização que se interligam com o mundo. Os corpos são, portanto, movimentos em permanente estado de definição, dado que sua materialidade na dança apresenta-se como início de possibilidades múltiplas de construções de sentidos, produzindo sensibilidades para quem produz e realiza e para quem percebe e busca ampliar sua visão para o novo, que nem sempre é desconhecido.


Julyana Pinheiro

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