quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vem vamos embora...

Já está claro, coloquei meus pés no mundo e para me apoiar nessa aventura escolhi a teoria materialista histórica dialética, utilizada como uma espécie de óculos que me ajuda a enxergar e compreender toda a loucura da lógica capitalista. Mas é por que quis justamente esses óculos, sendo que existem tantos outros para se usar?

Essa teoria acredita que os homens são os criadores de sua história e que ao construí-la, através do trabalho, constroem-se também, num processo contínuo de transformação, isto é, quando o homem sente necessidade de criar algo ele transforma a natureza e ao transforma-la, transforma-se também adquirindo conhecimento e habilidades sobre a realidade.

A lógica desse sistema, capitalista, nos coloca que desde que o mundo é mundo as coisas acontecem do mesmo jeito e que o homem é mesquinho e egoísta. Estudando para conhecer a mim e a realidade, consigo perceber que diante dessa afirmativa têm-se duas opções, uma de concordar e a outra de discordar com a mesma afirmativa.

Ao som de Geraldo Vandré com a música “Pra não dizer que não falei das flores”, me dei conta da força dos homens, sabemos que tudo, sempre pode ser diferente, basta ter consciência do que queremos e ir adiante.

http://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k

2 comentários:

  1. Após assistir o trabalho da Mariana e após escutar e ler seus relatos a cerca dele, percebe-se de maneira muito clara que sua teoria é vista na prática e vice-versa. Nota-se um corpo condizente com seu discurso e maduro em cena, de modo a comunicar a quem vê.
    Como um corpo inserido nesse sistema capitalista, na atual situação em que o mundo está, procura novos caminhos e adquire coragem para levantar, fazer suas escolhas ( que implicam também em renúncias) e encontrar o seu caminho, de modo a buscar sentido para o que parece tão vazio.

    Nalu Rocha

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  2. Olá Marilda,
    'Vem vamos embora'... Esse convite já foi aceito por mim há tempos. E se agora ele é refeito por você através da sua dança, com a mesma certeza de outrora, reafirmo que: SIM!
    A mim soa como um alento encontrar artistas da dança reflexionando e dançando a vida. A vida que esfola e esfrangalha a carne, o pensamento, a alma dos homens e mulheres comuns dessa sociedade, mas que ainda reserva uma réstia de poesia nos pequenos detalhes de um fruto ainda rebento. Sua obra conserva tais aspectos da vida: desespero, enfrentamento e encantamento.
    E quando digo que sua proposição cênica reflete a vida, em hipótese alguma encontro incongruência da mesma com os assuntos específicos do corpo.
    O corpo é a materialidade primeira que nos permite conexão com outras materialidades. Somos permeáveis por excelência. Dessa forma, tratar da vida nas suas incontáveis interfaces é tratar daquilo que faz o corpo, que faz as memórias sensório-motoras, que faz o homem.
    Não é sobre isso que discorreu no seu escrito? Sobre o homem escrever a história e nesse fazer, fazer-se a si mesmo?
    A arte é o equilíbrio, a resultante, a objetivação entre o infinito íntimo e o infinito exterior. Sua dança é esse vértice.
    E inebriada de euforia, te parabenizo pelo caminho que vem percorrendo como artista, mas substancialmente e principalmente, como ser humano. Ser humano esse, que mesmo diante das adversidades não se exime do papel que lhe cabe: o de contribuir com a construção da história dos homens; uma história mais justa, igualitária e livre.
    Que mesmo quando seus pés estiverem cansados e debilitados, ainda haja coragem para firmá-los no chão e seguir caminhando. Afinal, “esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”.
    Sylviane Guilherme

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