quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
- Estágio Bacharelado -
Neste 4º Bimestre a Prof.ª Rosemeri Rocha nos solicitou que falássemos a respeito de algum processo coreográfico da companhia que estagiamos neste ano (2010). A coreografia que discorrerei a respeito será "Trânsito" do Balé Teatro Guaíra.
A autora desta coreografia se chama Ana Vitória. Ela é bailarina e coreógrafa baiana, formada pela Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Mestre em Dança pela Universidade Gama Filho (UGF/Rio de Janeiro), tendo como resultado a publicação do livro “Angel Vianna – Uma Biografia de Dança Contemporânea”. Professora universitária das Faculdades Angel Viana e UniverCidade (RJ) nas cadeiras de Composição Coreográfica e Técnica de Dança Contemporânea. Trabalhou como intérprete na Cia Terceira Dança (BA/RJ/SP), Grupo Tran-Chan (BA) e Cia Endança (DF) entre outras. Em 1994 morou na França onde trabalhou com coreógrafos de renome da Nouvelle Danse Française. No Rio de Janeiro dirige a Cia Ana Vitóriria Dança Contemporânea desde 1996.É uma coreógrafa independente, onde possui sua própria companhia; mas não existe nenhuma filiação com o BTG, ela apenas foi contratada para coreografar dois espetáculos.
Ela é uma dança contemporânea, mas não de processo e pesquisa, a coreografia foi trazida “pronta” pela coreógrafa, ou seja, é uma pesquisa de movimento da Ana Vitória.O espetáculo é uma pesquisa em conjunto, organizada pelo músico Cláudio Dauelsberg e a coreógrafa. A obra trata da diversidade rítmica e formal, inspirada em ritmos tribais de diversas culturas.Como já citei anteriormente, é uma pesquisa de movimento da coreógrafa, ou seja, são as tendências de movimentação dela; penso que ela seja criativa, pois não vi até hoje este estilo de movimentação, e ela é interessante de observar pela riqueza de detalhes que possui.Não existe possibilidade de improvisação na obra. A obra já é um produto finalizado e ensaiado exaustivamente.A obra possui um todo integral, possuindo um começo, meio e fim bem claros e definidos. Na obra existem cenas bem definidas, e isso fica bem mais claro com as músicas, ou seja, o início e o fim de uma cena é o início e o fim de uma música.
A obra explora variadas direções espaciais, mas sempre em linha reta: frente/trás, lado/lado e nas diagonais;onde se utiliza dos níveis baixo, médio e alto (se considerarmos que o bailarino em pé seja o nível alto). As entradas e saídas em cena foram estabelecidas pela coreógrafa, sendo assim, os bailarinos não possuem este poder de decisão. O padrão e a forma coreográfica predominante na distribuição espacial dos bailarinos na cena é sempre de modo simétrico, como a movimentação também é bem simétrica e precisa, ela se une com a utilização da simetria espacial.
A tentiva do BTG de se tornar uma companhia contemporânea se iniciou a mais ou menos 10anos atrás. Mas o que mais parece é que, o que se "contemporâneizou" foram os movimentos, e não uma mudança que envolvia tanto a movimentação quanto a filosofia/ideal/pensamento, um processo de dentro para fora, mas só houve uma preocupação com a estética. Sendo assim, será que nós da companhia podemos falar que dançamos balé contemporâneo?
*HADIJI NAGAO
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