terça-feira, 28 de junho de 2011

Sem Respostas...

O trabalho de tcc que estava desenvolvendo, baseava-se no Jazz Dance como mote inicial de pesquisa. Minhas questões com relação a essa dança eram baseadas nos trânsitos de fluxo, onde se varia muito o fluxo contido e o contínuo, e como essa variação se dava no meu corpo. E também dava continuidade a uma pesquisa onde trabalha partes do corpo e suas possibilidades de movimentações, claro que tudo relacionando à dança jazz.
Como disse no começo eu ESTAVA desenvolvendo, não estou mais. Percebi, a essas alturas, que não é isso que quero trabalhar, me peguei perguntando porque e para que estava fazendo essa pesquisa. Não obtive resposta.
Não obter respostas esta muito comum para mim ultimamente, sendo assim resolvi repensar o que estou fazendo com a minha dança, se é que tenho uma. Então, lendo o texto de André Lepecki, Planos de Composição, do Cartografia, Rumos Itaú cultural dança 2009/2010, onde ele detalha o que são esses planos de composição, chão, papel, traço, corpo, movimento, espectro, repetição, diferença, energia, gravidade, gozo e conceito, que se inter-relacionam e como se inter-relacionam para não ser qualquer coisa, para que não viremos um idiota auto movente no meio de um engarrafamento de desejos, não sejamos maquinas executantes apenas. Assim, começo a repensar na minha dança, no meu Eu como artista.
Parto de 3 questões que hoje me fazem refletir:
O que me move a mover ou a não mover?

Quais os movimentos para resgatar o movimento?

Quais os outros modos de explorar criativa e atentamente os espaços cheios do mundo onde uma verdadeira aventura de movimentos no aguarda?


Alana Muniz de Lima

Um comentário:

  1. Seu relato me chamou bastante a atenção. Principalmente porque comecei a pensar qual é a minha dança. Se minha pesquisa de movimento é sincera. Isso gera crises em qualquer pessoa!
    Ao longo de toda a nossa trajetória em dança, com diversas técnicas aprendidas, nos tornamos colecionadores de movimentos, formando um corpo híbrido. Isso pode contribuir ou prejudicar nosso trajeto, nosso auto-conhecimento em dança. Se não tivermos a devida consciência do que queremos com determinadas técnicas ou movimentos, ou para onde eles estão nos levando, podemos correr o risco de sermos "idiotas auto movente" ou meras "máquinas executantes" como você mesmo fala em seu texto.
    Claro que é praticamente impossível ter consciência de tudo o que fazemos, como nos movemos ou o porquê de cada técnica. Mas o que podemos fazer é colocar sempre estas questões - explicitadas em seu texto - a frente de nossa dança, de cada técnica, de cada movimento. Para que o pensar/mover estejam harmoniosamente de acordo.

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